03/07/2016 - http://www.acritica.com/channels/entretenimento/news/arsenal
Para muitas pessoas, um diagnóstico de diabetes pode ser devastador. Isso porque viver com a doença pode significar restrições às vezes severas no cotidiano, no estilo de vida e no cardápio dos pacientes, que são orientados a adotar refeições equilibradas ou rigorosas e prática de exercícios, além do controle constante de níveis de açúcar e do uso de remédios como a insulina, comumente aplicada via subcutânea.
Tudo isso dificulta a adesão de pacientes ao tratamento, como aponta a endocrinologista Denise Franco. “É um desafio que eles enfrentam de forma diária, e não só eles como ainda seus familiares”, declara ela, que coordena o Departamento de Novas Terapias da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).
Um desses desafios, acresce Denise, está justamente na adesão do paciente à terapia medicamentosa, que em certos casos exige um penoso controle de taxas como a de glicose ou de hemoblogina glicada (que aponta os altos níveis de açúcar em período prolongados) e a aplicação regular de injeções.
Atuando nessa ponta do problema, uma das respostas da indústria farmacêutica é buscar novas formulações que ofereçam vantagens como menor variabilidade glicêmica e efeito mais prolongado.
Um dos resultados desse trabalho é o Toujeo, insulina glargina desenvolvida pela Sanofi para terapia padrão ouro de diabetes de tipos 1 e 2 em adultos. A nova opção oferece solução injetável (300U/ml, ou 300 unidades de insulina por mililitro), com aplicação via caneta descartável Solostar.
BenefíciosUma das vantagens mais evidentes do Toujeo, em comparação com Lantus (Sanofi-Avertis) – outra formulação de insulina glargina hoje em uso –, é o menor risco de hipoglicemia noturna, com redução de até 25% de episódios em estudos.
A hipoglicemia é a diminuição do nível normal de açúcar no sangue, decorrente da ação da insulina, e resulta em sintomas como fraqueza, desmaios e até alterações no ritmo cardíaco. Quando acontece durante o sono, caso da hipoglicemia noturna, pode causar danos ao organismo ou até ser fatal.
A nova formulação oferece ainda efeito estável e prolongado no controle do nível glicêmico, de mais de 24h. “Para uma mesma quantidade, a liberação é mais lenta”, assinala Luciana Giangrande, diretora médica da Sanofi. “A insulina de 300U/ml funciona de acordo com o metabolismo do indivíduo e sua concentração age por mais tempo”.
De acordo com os especialistas, que apresentaram o produto em coletiva de imprensa na última terça-feira, em São Paulo, o produto é vendido a preço equivalente ao ao Lantus, de R$ 100, em caneta descartável pré-carregada (agulhas vendidas à parte).
A quantidade de unidades por caneta é outra vantagem evidente: o Toujeo traz 450U em 1,5 mililitro, e o Lantus tem 300U em 3ml. E mais: uma vez aberto para uso, o produto não precisa de refrigeração até o fim das aplicações.
AcompanhamentoEm paralelo à chegada da nova opção para o tratamento do diabetes ao mercado, a Sanofi apresentou ainda o Programa StarBem Mais, que oferece suporte e informações sobre a doença aos pacientes, contribuindo para seu controle.
A iniciativa voltada àqueles que aderirem ao tratamento com Toujeo atua em várias frentes, desde o atendimento presencial ou por teleconferência por educadores em saúde, até envio de dicas e orientações via mensagem ou aplicativos de celular.
O StarBem Mais tem cobertura nacional e não oferece custo a mais aos usuários do Toujeo. “Pelo contrário, ele pode obter descontos em medicamentos para tratamentos associados, como o de hipertensão, de até 50%, dependendo da medicação e da dose”, antecipa Luciana.
O programa disponibiliza ainda o Portal StarBem Mais, no endereço www. starbemmais.com.br/.
SAIBA MAISO que é O diabetes é uma condição crônica que afeta o processamento do açúcar no sangue, causada pela deficiência na produção de insulina.
Sintomas O açúcar em excesso no sangue afeta todo o organismo, com sintomas como fraqueza, aumento do volume de urina, perda de peso, visão embaçada, entre outros. Mais tarde, leva a complicações graves como doenças cardiovasculares, dos rins e dos nervos periféricos.
Tipos O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune que leva o pâncreas a perder a capacidade de produzir insulina. No tipo 2, ou mellitus, há diminuição na produção de insulina e resistência ao hormônio. Há ainda o diabetes gestacional, condição temporária que pode afetar mulheres em gravidez.
Tratamento Alimentação equilibrada, exercícios físicos e medicamentos – incluindo ou não a insulina – são as principais recomendações para o controle do mal.
NÚMEROS 415 milhões De pessoas de 20 a 79 anos no mundo vivem com diabetes, segundo dados de 2015. No Brasil, em dados mais antigos, mas ainda usados como referência, o número é estimado em 14,25 milhões – metade dos quais não está diagnosticado.73,2% dos pacientes com diabetes tipo 2 não fazem o con-trole da doen-ça, de acordo com dados de 2009. Já a diabetes tipo 1 tem 89,6% dos pacientes sem adesão ao tratamento.
HISTÓRIA
Evolução do arsenal para tratamento do diabetes1921: Descoberta da insulina O hormônio responsável pela redução do nível de glicose no sangue é até hoje o mais efetivo fármaco no combate à diabetes. No início, ela devia ser aplicada várias vezes ao dia, com grandes seringas.
1946: Insulina Protamina Hagedorn (NPH) A associação da insulina com a protamina levou à criação de insulinas de ação mais lenta até a década seguinte, permitindo ao paciente aplicar o medicamento de 1 a 2 vezes por dia – em vez de a cada 3 ou 4 horas. Após a guerra, seringas melhoradas começaram a ser desenvolvidas.
1977: Insulina humana Produzida a partir DNA humano recombinante, passou a ser usada amplamente em 1980, em lugar da variante animal, com frequência rejeitada pelo organismo. Medidores e aparelhos usados por pacientes ainda eram bastante arcaicos, mas vêm ficando mais portáteis desde então.
Anos 1990: Insulinas análogas ultrarrápidas Com essa variante de ação rápida, os pacientes puderam aplicar a medicação mais próximo à hora das refeições, com menor risco de hipoglicemias tardias. Pouco antes, em 1985, foram criadas as primeiras seringas em formato caneta.
2001: Insulina glargina O primeiro análogo de longa duração trouxe menor risco de picos em relação à NPH, fornecendo insulina em ritmo constante.
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